quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Artigo
INCENTIVO AO HÁBITO DA LEITURA

Chalina Santana da Silva Nobre*


RESUMO: Este trabalho apresenta elementos do projeto de intervenção que teve como principal objetivo contribuir para o trabalho de reforço escolar com os alunos que foram selecionados por suas professoras com o diagnóstico de dificuldade de aprendizagem em leitura e escrita. Esses alunos reúnem-se na biblioteca com a bibliotecária que se dispõe a realizar esse trabalho com metodologia orientada pedagogicamente pelas professoras que consiste em fazer exercícios de escrita com textos de cartilhas e leitura dos mesmos. Este projeto contribuiu com pesquisa de material didático, liderança de jogos pedagógicos, exibição de vídeos, apresentação de teatro com fantoches e contação de histórias.


PALAVRAS-CHAVES: Leitura, escrita.

1 INTRODUÇÃO

Relata o projeto desenvolvido em 1 biblioteca da escola de ensino fundamental de Porto Velho. Objetivo centrado em desenvolver atividades de incentivo à leitura de forma integrada ao processo de ensino-aprendizagem. A revisão de literatura concentra-se sobre atividades de incentivo a leitura na biblioteca escolar. Apresenta as atividades desenvolvidas com as crianças. Os resultados mostram mudanças do corpo docente referente aos serviços prestados pela biblioteca e reconhecem a importância da biblioteca no incentivo da leitura.
Neste trabalho uma reflexão aos profissionais de educação envolvidos com a tarefa não só de ensinar, mas preparar o indivíduo, sobre a importância da formação de conceitos de leitura para cidadãos participantes e conscientes de sua atuação na sociedade. Por compreender a oportunidade que o ambiente escolar traz, para ensinar a leitura como uma fase formativa do ser humano, que em interação com as demais atividades sociais, cria as diferentes possibilidades de construção e reconstrução de conceitos sobre as coisas do mundo e incentivo ao hábito de leitura aos educandos nessa e em outras instituições de ensino. Considerando, o desenvolvimento dos educandos na leitura e na escrita que se constitui a partir da natureza e da qualidade da relação que o vai se estabelecendo, ao longo do trabalho pedagógico, com o material escrito, seja direta (lendo por si mesmo) ou indiretamente (leitura do outro para si). Nesse sentido, quando pensamos em contribuir na dificuldade desses alunos, ficamos atentos não somente aos eventos de letramento de que o sujeito participa na escola, mas também ao contexto social, político, cultural e afetivo que permeia as relações deles com a leitura e a escrita.
Em todos os discursos sobre o incentivo a leitura, tenho percebido a preocupação do compromisso da escola que é o principal ambiente de estímulo não só físico como nas relações interpessoais para o desenvolvimento desse trabalho.
É nesse contexto de construção de significados e sistemas simbólicos que se encaixam a leitura e a escrita. Na realidade da educação brasileira acredito que há uma distância grande ainda do ideal que muitos escritores e amantes da leitura almejam e do que os pesquisadores e educadores conhecem infelizmente, a perspectiva é que os trabalhos realizados nesse aspecto tragam uma mudança relevante.
“Mas a escola tem a responsabilidade de ensinar a criança a ler e também despertar lhe o gosto pela leitura. Esta é uma tarefa difícil, mas não impossível.” (Lusmar, 2007 P. 01).
Desenvolver um trabalho como este exige compromisso com a educação com vistas a criar um interesse pela leitura no aluno a partir da integração com os livros e da relação interpessoal na escola.


2 DESENVOLVIMENTO

Na fase do diagnóstico verifiquei um trabalho de reforço com leitura e escrita feito na biblioteca programado pela direção e orientado pelas professoras, executado por uma funcionária sem a adequada capacitação acadêmica.
Nesse trabalho de reforço, notei que a maior necessidade era na realização das atividades que se observa uma desatualização na metodologia usada pela docência o que provoca consequentemente um desestímulo nos alunos.
De Paula, De Paula & Silveira (2008, p.01) afirmam:

Na pressa de estar em sintonia com as inovações, a Escola desconsidera os processos formadores de aprendizagem, limitando-se a investir na circulação de imagens e deixando de observar a qualidade dos textos que oferece aos seus alunos como fonte de leitura, promovido no seu espaço. Priorizando a substituição do conhecimento por informação, a Escola se descompassa e, sem formar leitores críticos ou incutir o hábito da leitura, prepara mal o cidadão que escreverá o “texto futuro”, que escreverá e perpetuará a nossa história.

Percebi utilização de repetição de palavras e leitura aleatória sem contextualização isso dispersava a atenção dos alunos. Que sentiam a falta de atividades lúdicas e interessantes que é muito importante nessa fase para o desenvolvimento cognitivo. Foi possível fazer essa observação a partir das orientações da professora dessa disciplina Edna Cordeiro que nos trouxe em cada aula presencial uma reflexão como de Isaac Newton, “Se fui capaz de ver mais longe é porque estava de pé nos ombros de gigante”. Reflexões seguidas por orientações que me capacitou para elaboração desse artigo, assim como em outros trabalhos que somos orientados com muita competência da professora Edna, destacando a postura da pedagogia social que implica a arte da aproximação, nos motivando a discutir sobre situações da realidade social, cultural e afetiva do educando. Discussões que trouxe muitas vezes, conhecimento de ações contrárias ao desenvolvimento educacional conforme a teoria da Educação Brasileira.
Com esta pauta e baseada em várias leituras, determinei os aspectos que devia destacar, com vistas a desenvolver um trabalho aproximado ao da pedagogia social.
Consernente a afirmação de Araci e Úrsula. “A biblioteca infantil ou escolar deveria ter como uma atividade de rotina ler histórias para crianças”.
Organizei-me junto ao trabalho de auxílio no horário de reforço com a contrubuição de atividades de leitura como: contação de história, exibição de vídeo de história infantil, monitoramento de jogos e brincadeiras pedagógicos baseada em pesquisa bibliográfica e artigos acadêmicos. Afirmam em “Constituição do leitor” o grupo acadêmico que o desenvolveu.
O autor do livro também ressalta que para um aprendizado eficaz, o aluno não deve ser reduzido ao estado de objeto, recebendo as palavras prontas e tendo que fazer conteúdos a partir de algo imposto pelo professor. O aluno tem que ser o sujeito de sua alfabetização.
Assim, para que a leitura e a escrita não sejam mecânicas (memorização de signos) é preciso que o aprendizado esteja ligado à tomada de consciência de uma situação real e vivida pelo aluno. É ele que dará sua significação às palavras. A leitura é um tipo de mediação, pois o livro é um instrumento que transmite não só a cultura, mas que também pode, como no caso das histórias infantis, estimular a imaginação da criança e fazer com que ela perceba as maneiras diferentes de se interpretar uma história.

Acredito que o leitor não deve ser considerado objeto e sim ser crítico capaz de formar sua alfabetização a partir do que entendeu da leitura que fez e não só reproduzir signos. Mas dar significados ao que ler e escreve, assim desenvolvendo não somente a capacidade de ler e escrever, mas também de decifrar informações, a escola e o professor são mediadores neste processo.
As atividades foram executadas em parceria com o horário do reforço, com a aplicação de técnicas de incentivo a leitura.
César Souza, autor de "Você é o líder de sua vida", afirma que o papel do líder educador é despertar nos outros o desejo para aprender algo. Não é ensinar. É ajudar os outros a aprender. Assim, cabe ao educador criar um clima de aprendizagem, com comportamentos, hábitos, mecanismos que ajudem os outros a aprender.
Muitas vezes realizamos leitura com produção de texto e também instigamos os alunos a procurarem textos que achassem interessantes, durante a realização, as crianças tiveram a oportunidade de exercitarem-se na descoberta da leitura, interagindo, estimulando a
imaginação e entrando em contato com o livro, desenvolvendo, assim, o gosto pela leitura. Além disso, trabalharam em grupos e brincaram com jogos pedagógicos, todas essas atividades incentivam ao aluno a ser um leitor crítico selecionando suas próprias leituras relacionando-as com seu cotidiano. Mostrando que as orientações da professora não significam imposições mas direcionamentos, para que eles sintam indepedência na busca do conhecimento e respeito quanto ao trabalho docente.
A idéia central dessas atividades estava em levar a criticidade ao aluno através da leitura. A escola deve ajudar a criança a tornar-se leitor dos textos que circulam no social e não limitá-la à leitura de um texto pedagógico, destinado apenas a ensiná-la a ler. As atividades que estimulam o hábito da leitura, o conhecimento dos diferentes tipos de fontes informacionais (livros, revistas, dicionários, entre outras) e a utilização metódica para obtenção de material bibliográfico são fatores que influenciam o aprendizado nos seus diversos momentos da vida, em conseqüência outras atividades como feira de leitura e teatro podem ser organizadas a partir da coleta de informações dos próprios alunos em debates sobre o que leram.


3 CONCLUSÃO

Acredito ter passado a mensagem de que pode-se mostrar a todos os integrantes das escolas, a importância da leitura na formação de um cidadão. Assim sendo, a biblioteca consequentemente deve passar a ser um elo de ligação entre alunos e professores, tornando-se uma importante ferramenta de ensino-aprendizagem. O hábito da leitura deve ser estimulado nos primeiros anos de vida escolar. Porém é impossível negar que a maioria das escolas lamentavelmente ainda não possui infra-estrutura desejável para a conscientização do hábito da leitura, nessa expectativa optar pela postura crítico-educativa implica uma arte da aproximação com o cuidado de manter a relação com um caráter pedagógico.
Na Instituição do projeto mostra uma relevância nesse critério, tendo proporcionado com direção da equipe gestora pedagógica na biblioteca um ambiente agradável e estimulador com o trabalho de reforço em leitura e escrita, na organização da biblioteca que com subsídios como brinquedos pedagógicos e cantinho da leitura contribuem e apóiaram o trabalho docente no processo ensino- aprendizagem.
Durante o desenvolvimento das atividades na biblioteca, observou-se uma mudança do tratamento dos professores sobre a biblioteca escolar. A biblioteca passou a ser vista não só como um local para aprender, porque contem informações e conhecimento, ou um lugar só para guardar livros, mas também com prazer. Foi possível verificar a mudança referente aos serviços prestados pelo profissional bibliotecário, onde se destaca o envolvimento deste profissional com o processo pedagógico existente na escola, onde todos podem colaborar.
Houve, portanto, uma conscientização da importância da leitura, pois estas atividades estimulam a criatividade e tornam o aluno um cidadão mais crítico.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, da Silva Duarte Lusmar, Incentivo a Leitura. Disponível em: http://www.escoladventista.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=72&Itemid=80.

DE PAULA, Elaine; De Paula Giovani; Gonçalves José Luiz. A Importância da Leitura na Educação Infantil e Séries Iniciais Como Instrumento de Informação, Aprendizagem e Lazer.
FURASTÉ, Pedro Augusto. Normas Técnicas para o Trabalho Científico Elaboração, Formatação e Explicitação das Normas da ABNT.14. ed. Porto Alegre: [s.n], 2006.
ANDRADE, de Isaltina Araci; Blattmann Úrsula, ATIVIDADES DE INCENTIVO À LEITURA EM BIBLIOTECAS ESCOLARES